Operação Big Hero: uma animação longe dos quadrinhos... para sorte de quem vê

Operação Big Hero: uma animação longe dos quadrinhos... para sorte de quem vê
Operação Big Hero é a primeira animação da Disney baseada em quadrinhos na Marvel. Ênfase para “baseada” ou, se preferirem, “livremente inspirada”. Quem comparar os quadrinhos com o filme que está nos cinemas brasileiros não verá quase nada na telona que corresponda a Big Hero 6, o título original das HQs. E eis algo ao qual se deve ser muito grato: em vez de mais um filme de super-heróis tradicional, a Disney criou uma história com bons valores, humor de primeira, ação e um personagem extremamente poderoso e...fofo.



Mas antes de falar do filme, vamos a Big Hero 6, o quadrinho, que é simplesmente um genérico das equipes de super-herói norte americanas criado para atrair o público japonês. A ideia de um time heroico nipônico da Marvel foi da dupla Steven Seaglee Duncan Rouleau enquanto trabalhava em outro projeto, mas a estreia acabou ocorrendo em dezembro de 1998 pelas mãos da dupla Scott Lobdell (roteirista) e Gus Vasquez (desenhista). 


Na HQ, um pool de empresários e políticos de Tókio decide patrocinar uma equipe local de supers, formada por dois personagens conhecidos (secundários) de X-Men - O Samurai de Prata e Solaris – e outros quatro desconhecidos: Honey Lemon, uma cientista genial que desenvolveu uma bolsa com nonotecnologia de onde consegue retirar qualquer coisa; Gogo Tomago, ex-yakuza que tem uma armadura de força quase imbatível; Hiro Takachiro, um gênio de 13 anos que inicialmente não quer se unir ao grupo, mas muda de ideia quando vê a mãe sequestrada por “um espírito dos mortos em Hiroshima e Nagazaki; e Baymax, um guarda-costas sintético capaz de se transformar em dragão, criado por Hiro.


Depois desta aventura original, Big Hero 6 só apareceria nos quadrinhos novamente em uma minissérie de cinco partes assinada pela dupla Chris Claremont e David Nakayama. Desta vez, sem Samurai de Prata e Solaris no grupo. No lugar deles, surgem o chef de cozinha Wasabi No-Ginger, capaz de gerar facas de sushi psiônicas, e Fredzilla, que tem poderes de gerar um campo de força em forma de um gigantesco lagarto semelhante a Godzilla. Agora que você já conhece os personagens dos quadrinhos, esqueça-os. Vá ao cinema e prepare-se para uma aventura muito melhor e mais interessante.


Dos mesmos produtores de Frozen e Detona, Ralph, esta Operação Big Hero se passa na fictícia cidade de San Fransokio (os cenários, por sinal, são uma mistura muito bem idealizada das duas metrópoles), onde os irmãos Hiro e Tadashi Harada moram com a tia, que cuida de ambos desde que ficaram órfãos. Logo nas primeiras cenas o espectador descobre que Hiro é um gênio da robótica, mas prefere usar seu talento para ganhar dinheiro em “brigas de robô”.

Tadashi, o irmão mais velho, além de tirar o caçula de encrencas, acaba convencendo-o com muito jeito a entrar na universidade de gênios que ele mesmo frequenta. Para isso, leva o mano de surpresa para ver os inventos geniais que seus colegas estão desenvolvendo e o apresenta também à própria invenção: Baymax, um robô fofinho que se assemelha a um gigante de marshmellow, criado para ser médico pessoal de seres humanos.


Para entrar na faculdade, porém, Hiro tem que se esforçar e criar algo que mostre sua capacidade além de seu feroz robozinho de batalhas. E realmente ele cria uma tremenda invenção, que depois de garantir seu ingresso na escola acaba sendo destruída em uma tragédia com grandes consequências ao garoto.
A partir daí, com a ajuda de Baymax – que faz tudo para que ele “se cure” da tristeza queestá sentindo – Hiro descobrirá que nem tudo é o que parece e, para enfrentar um vilão desconhecido, acaba se unindo aos amigos do irmão e criando um grupo de super-heróis nada usual.



A animação é repleta não só de piadas engraçadas (visuais ou não), como também de muita ação – com destaque para as invenções e as lutas entre heróis e vilão - e momentos que emocionam tanto pela ingenuidade e amor incondicional de Baymax quanto pela revolta apaixonada e a montanha-russa emocional de Hiro. Como a maioria dos filmes Disney, é “diversão para toda família” e, mais ainda, uma boa história.Enfim, uma “adaptação” que não tem quase nada a ver com o original, pra sorte de quem vê.

Confira abaixo um pouco mais das diferenças dos personagens do cinema e dos quadrinhos (mas atenção, há spoilers: se preferir, veja o filme antes para não estragar surpresas):



Família de Hiro – Nos quadrinhos Hiro é filho único e tem a mãe sequestrada por um vilão, e então se une ao grupo de heróis para salvá-la; no cinema, Hiro e o irmão mais velho são órfãos morando com a tia, sendo que é o garoto quem acaba criando o grupo para derrotar um vilão. Hiro, em si, é um gênio da tecnologia em ambos;



Baymax – Nos quadrinhos é um robô criado por Hiro, que inclusive usou restos do cérebro do próprio falecido pai, e pode se transformar em dragão. No cinema, é criado pelo irmão do personagem para ser um médico-robô que cura as pessoas, e seu formato é propositadamente fofo para inspirar segurança e carinho ao paciente.



Honey Lemon – se nas HQs a bolsa funciona a nanotecnologia e parece ter buracos-de-minhoca de
ntro, na animação é uma expert em química e com a ajuda de Hiro constói uma bolsa na qual consegue fazer “bolas” de compostos capazes das mais variadas propriedades.



Gogo Tomago – Nos quadrinhos ela é uma ex-gangster que é liberada da prisão desde que lute com o grupo e usa uma armadura desenvolvida pelo governo; na animação ela é meio mal-humorada, mas adora velocidade, é excelente piloto e está desenvolvendo uma motocicleta fantástica, com rodas magnéticas, que acaba transformada em uma irada armadura sobre rodas por Hiro.

Wasabi No-Ginger – Na HQ é uma espécie de versão de Gambit, que e vez de “carregar” cartas com poder psiônico gera facas de sushi psiônicas. Na versão do cinema chama-se apenas Wasabi (porque em uma única vez derrubou o molho deste nome na roupa e ganhou o apelido dos colegas), virou negro com cabelos rasta e é especialista em laser. Suas manoplas que geram facas laser capaz de cortar quase tudo tiveram também uma ajudinha de Hiro. 


Fredzilla – No gibi também é um personagem que tem super-poder, no caso, o de gerar um campo de força em forma de Godzilla. Na animação é um cara meio maluco que é viciado em monstros “dinossaúricos” do cinema e quer virar um deles, mas acaba vestindo uma roupa com capacidade de super-pulos e soltar fogo criada por Hiro. Um ponto importante é que, apesar de parecer uma espécie de hippie, Fred acaba se revelando um homem rico e isso fará muita diferença na história (fique de olho para o mordomo do rapaz, que lembra bastante o Alfred de Bruce Wayne no visual e é parte importante dos treinamentos do grupo).




Assista ao Vdeo:
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