Quadrindex: Fantasma (The Phanton)

Quadrindex: Fantasma (The Phanton)
Criação: Em 17 de fevereiro de 1936, o argumentista Lee Falk (que também criou o personagem Mandrake, o mágico) e o desenhista Ray Moore criaram para os jornais americanos a tira The Phantom (o Fantasma). O personagem deu projeção internacional a Lee Falk, que já era bem conhecido por suas tiras de Mandrake, e ganhou fama rapidamente.

As tiras do Espírito-que-anda, um dos apelidos do herói (cujo "verdadeiro" nome é Kit Walker ou "senhor Walker"), ganharam os jornais do mundo. No Brasil, o personagem chegou no começo dos anos 40, com o nome (por favor, ninguém pergunte por quê) de "Fantasma Voador". O "voador", no entanto, rapidamente caiu em desuso - por razões óbvias, já que nunca em sua vida o personagem voou, a não ser usando um avião ou helicóptero.

Ir das tiras para as revistas foi um passo rápido para o herói, que também teve participação garantida em desenhos animados junto a outros heróis. Nos anos 40, também houve um seriado de TV do personagem e, em 1996, o Fantasma foi para o cinema, na pele do ator Billy Zane.


Lee Falk – que morreu em março de 1997 – criava ou supervisionava todas as tiras do personagem, o que fez com que houvesse um lapso de novos argumentos após a morte do autor até que a distribuidora King Features anunciasse novos autores para substituí-lo, já nos anos 2000.

Nos gibis, depois de passar pelas menos conhecidas Harvey Comics, Gold Key, King Comics e Charlton Comics, o personagem chegou à Marvel em 1987, em uma minissérie de quatro edições baseada em um desenho animado criado por Stan The Man Lee no ano anterior, onde Fantasma aparecia ao lado de outros personagens (o fraco Os Defensores da Terra, cuja equipe era complementada com parcerias improváveis como Flash Gordon e Mandrake – veja vídeo ao final deste texto).

Um ano depois, o Espírito-que-anda andou de novo e foi pra concorrente DC, onde foi publicado de 1988 a 1990. Na casa de Batman e Superman, o personagem ganhou temáticas modernas, como racismo, drogas e até dumping. Mas problemas com o licenciamento (ou, segundo versões oficiais, queda de vendas) acabaram encerrando o período do herói na editora.


Em 1995, a Marvel tentaria de novo, com a minissérie em três edições de "The Phantom: The Ghost Who Walks" (lançada no Brasil pela editora Saber). A ideia da dupla Dave DeVries e Glenn Lumsden foi “modernizar†o herói e, pra isso, resolveu pular para a próxima geração, colocando em cena o 22º Fantasma (aparentemente não era o filho de Kit Walker e Diana, mas sim o sobrinho do herói, Rex) com hightech e vilões chamativos. O resultado foi bem fraco e não agradou à maioria esmagadora dos leitores, antigos ou novos. 


Mas o Fantasma era bom demais para ser deixado de lado e por isso uma nova investida foi feita na TV de 1994 a 1996: o desenho animado pós-moderno Fantasma 2040, estrelado pelo 24º Fantasma (oh, céus). E, claro, lá foi a Marvel mais uma vez investir em um quadrinho baseado nem desenho animado, com minissérie em quatro partes baseada na telinha, assinada por Steve Ditko, co-criador do Homem Aranha. As críticas foram boas, mas não o suficiente para a editora apostar em novos gibis mensais.


Em agosto de 2010, porém, uma nova investida chamou a atenção do planeta, em uma série mensal publicada pela editora americana Dynamite. Com belos desenhos do Brasileiro Eduardo Ferigato, The Last Phantom trouxe mais uma vez como estrela o filho de Kit e Diana, mas agradou em cheio aos leitores, mesmo os mais tradicionais. Em vez de apelar para tecnologias, a HQ trouxe um herói treinado pelo original (as cenas do treinamento, por sinal, mostram um Fantasma duro e amargurado, que praticamente chega a torturar o filho para prepará-lo ao cargo de guardião da Floresta Negra) e inúmeras referências clássicas, com direito a Herói, Capeto, Guran, a Caverna da Caveira e seis tesouros, a patrulha da Selva (há até mesmo referência a gêmea Heloíse, citada como senha pelo mascarado).

Mas (sempre há um “masâ€) a série acabou durando apenas um ano. O primeiro arco, que reúne as edições 1 a 6, foi lançado pela editora Mythos no Brasil em 2015.


Enredo: "Há 400 anos, o único sobrevivente de um ataque pirata foi parar nas costas da Ãndia, em uma floresta, após ver seu pai ser morto pelos piratas.Esse homem fez um juramento sobre a caveira de seu inimigo (Devotarei minha vida a todas ao combate de todas as formas de pirataria, cobiça e crueldade. e meus descentes continuarão minha missão) que o transformou no primeiro Fantasma. Geração após geração, o filho mais velho faz o mesmo juramento e recebe o uniforme". E assim surgiu a lenda do Fantasma, o misterioso herói que defende as tribos de nativos - que pensam que ele é imortal - dos malfeitores e que combate o crime em todas as suas formas.

Acompanhado pelo lobo Capeto e o cavalo Herói, o Fantasma (ou Espírito-que-anda) tem uma mira perfeita, é um investigador de primeira, com uma inteligência dificilmente superada, e é praticamente imbatível em combate.

Por sinal, o herói - cujo verdadeiro nome é Kit Walker - tem nas mãos o famoso anel da caveira, com o qual soca os criminosos deixando uma marca, em forma de um crânio humano, que só pode ser retirada por ele mesmo em um ritual secreto (detalhe: o anel teria sido dado a um dos fantasmas pelo famoso alquimista Paracelsus, que desenvolveu a "marca da caveira"). O Fantasma tem ainda um outro anel, que usa bem menos, com uma marca de proteção. A maioria das histórias envolve histórias de criminosos que abusam da ingenuidade das tribos pacíficas próximas à Caverna da Caveira (que é protegida por mortíferos pigmeus), brigas entre as tribos, histórias detetivescas estilos noir (estas geralmente contam com a participação da namorada Diana Palmer) e até mesmo crimes e confrontos políticos em reinos e países pouco conhecidos.


Na cronologia oficial do Fantasma, o herói primeiro ganhou um sobrinho Rex, cogitado para ser o próximo Fantasma, e acabou se casando com a namorada Diana (em 1977). Ela, por sua vez, engravidou e teve filhos gêmeos, Kit e Heloise, pouco depois de se tornar delegada da ONU. A vida em família fez o Fantasma se mudar para um castelo nas árvores da Floresta e as aventuras fora de casa rarearam um pouco - a não ser quando a família ia para a paradisíaca Ilha do Éden. Neste período, no entanto, os autores abusavam das "crônicas do Fantasma", nas quais o "papai" espírito-que-anda contava aos filhos e ao sobrinho histórias dos fantasmas que o precederam.

Personagens


Além do Fantasma e de suas dezenas de antepassados que aparecem nas crônicas, os principais personagens são a namorada/esposa Diana; o sobrinho Rex; os filhos Kit e Heloise; o chefe e conselheiro Guran; o cavalo Herói e o lobo Capeto; a Patrulha da Selva; os presidentes Luanda e Luaga, além de índios de várias tribos, como os Wambesi. Aliás, vale uma observação: originalmente o naufrágio foi na Ãndia, mas gradativamente a selva da história foi cada vez mais ficando parecida com a Ãfrica. Também há participações especiais de personagens reais históricos dos mais diversos contracenando com as várias gerações de Fantasma, como, por exemplo, o escritor William Shakespeare e o conquistador Alexandre, o grande. 


Curiosidade: Aquilo roxo - Muitos brasileiros se espantaram quando viram o filme do Fantasma feito para o cinema ou mesmo quando assistiram a desenhos animados do herói. Afinal, com que direito mudaram o uniforme do "espírito-que-anda" para a cor roxa? Na realidade, no entanto, o uniforme do Fantasma sempre foi roxo, ao menos no original. Só que no Brasil, quando o herói foi lançado as gráficas locais não dispunham de tecnologia para imprimir a cor roxa e, por isso, resolveram fazer o uniforme em vermelho. Depois de muitos anos de publicação, houve uma tentativa das gráficas - já equipadas com aparelhagem moderna - para se mudar a cor para o roxo, mas os leitores protestaram, pois já estavam acostumados com o vermelho, o que levou as editoras nacionais a manterem o uniforme do Sr. Walker em tons escarlates. Curiosamente, o mesmo problema ocorreu em outros países e há versões do herói também com uniforme azul, cinza e até verde-limão. Diga-se de passagem, quando Lee Falk criou o Fantasma, queria usar um uniforme verde, porém ele geraria problemas de visualização quando o herói aparecessem em meio à selva (o que ocorre constantemente). A solução – que muitos atribuem à distribuidora King Features – foi mudar a cor para roxo.  

Assista ao Vídeo:
Quadrindex: Fantasma (The Phanton)

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