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Marge Simpson: estrela e futuro da Playboy?

Marge Simpson: estrela e futuro da Playboy?
“Uma boa moça como eu nunca tiraria a roupa se não fosse para levantar dinheiro para a caridade.†A justificativa é de Marge Simpson, estrela da Playboy americana de janeiro de 2009, e se alguém duvida que é pura ironia à hipocrisia de certas modelos, basta ler o resto da frase: “Estou doando meu cachê das minhas fotos artísticas para a SPGH (Salve e Preserve os Gazebos Históricos). Os Gazebos estão desaparecendo, gente, e não vão voltar!â€
As “declarações†da personagem estão no site oficial da Playboy, em uma entrevista que deixa claro o clima meio sério/meio brincalhão do ensaio publicado exclusivamente na edição de colecionador que pode ser adquirida no próprio site por US$ 4,99, para ser enviada pelo correio ou baixada em download por computador. A edição normal tem na capa uma mulher de verdade (Alina Pascua, modelo da Victoria´s Secret), mas o pessoal da revista não tem dúvida: a revista que tem Marge na capa vai vender muito mais. Aliás, já está vendendo.


O anúncio de que a senhora Homer iria ocupar três páginas com um ensaio sensual na revista masculina mais famosa do planeta pegou muita gente de surpresa e, mesmo classificado pelo dono da publicação Hugh Hefner em seu twitter como uma brincadeira homenageando os 20 anos da série, gerou polêmica. Mas, mais do que uma brincadeira, como fica claro com os primeiros (bons) números de venda, pode ser um teste de mercado que definirá os destinos da Playboy.


O novo CEO da revista, Scott Flanders (nada a ver com o vizinho dos Simpsons, diga-se), fez questão de dizer que o ensaio de Marge deve ser encarado com bom-humor, ao mesmo tempo em que garantiu “fotos†de bom gosto da primeira estrela de desenho a posar para a revista (aqui no Brasil teria garantido que é “nu artísticoâ€). Mas na sequência revelou: “A edição foi planejada para atrair um público mais jovem para a revista.†Bingo.


O “público mais jovem†masculino ao qual Flanders se refere cresceu lendo histórias em quadrinhos e vendo desenho animado. Ali, nas páginas dos gibis e na tela da TV e do cinema, teve conhecimento de algumas das primeiras figuras femininas e surgiram as primeiras fantasias sexuais. Sheena, rainha das selvas, Daphne (de Scooby Doo) e até mesmo a Tina de Maurício de Sousa ocuparam os sonhos eróticos de diferentes gerações.
E se antes alguns desenhos eróticos feitos por artistas em tom de gozação – como um famoso envolvendo versões Disney de Sininho a Branca de Neve – se restringiam a uma ou outra revista underground, com o advento da internet eles viraram até categoria: os sextoons.


Em uma rápida busca pela rede é possível encontrar material erótico e até pornográfico envolvendo praticamente todo tipo de personagem de desenho, dos Flintstones a Caverna do Dragão e até mesmo o brasileiro Holy Avenger (que, em um trocadilho chulo e engraçado, virou "Rola Avenger"...). A própria Marge, se por um lado nunca posou para a Playboy, por outro aparece nua (e mais do que isso) em inúmeros sites da rede.


Para o sexólogo César Nunes, esse tipo de material não se apóia só nas fantasias de meninos que cresceram, mas é também um reflexo direto da pós-modernidade dos anos 80, quando os valores da sociedade mudaram e novas temáticas humanas entraram em cena. "Houve uma crise de valores éticos e estéticos, e os personagens de desenho refletem essa crise, são um espelho da sociedade. Ao serem re-humanizados, eles romperam com os modelos tradicionais e foram dessacralizados de uma maneira exacerbada, exagerada, nos desenhos eróticos e pornográficos", diz.


Nunes acredita ainda que os desenhos despidos não são nenhum tipo de perversão e ressalta seu caráter de fantasia, mas com um elemento a mais: “É apenas uma representação virtual, uma fantasia. Em minha opinião, a pornografia dos desenhos animados não é perversão e sim um reflexo das profundas carências culturais do ser humanoâ€, diz. 


Reflexo ou tendência, fato é que as mulheres literalmente animadas podem ser um bom caminho para revistas masculinas para a Playboy e a revista sabe disso. Primeiro porque parte das vendas de uma revista do gênero reside justamente na curiosidade do público masculino em ver como é uma mulher famosa nua. Entre os desenhos não faltam “mulheres famosasâ€.


Também é mais fácil trabalhar com as moças de faz-de-conta para a produção das “ fotosâ€: poses e do cenário podem ser produzidos exatamente como a revista queira e o desenhista imagine. E mais: o photoshop pode até ser usado para dar cor, mas não é preciso corrigir nenhuma imperfeição (?) feminina: basta desenhar a moça do jeito que quiser.


Aliás, o corpo da mesma modelo pode ser desenhado nas mais diversas proporções em um único ensaio, adequando-se a diversos gostos (como mostram as fotos na Internet que ilustram esta matéria). Por fim, outro ponto positivo: o “cachêâ€. Muitas personagens de desenho animado e histórias em quadrinhos já caíram em domínio público. 


As demais podem ser negociadas diretamente com os produtores ou nem mesmo isso: basta publicar ensaios como “ homenagens†ou fazer matérias falando sobre os sextoons da Internet reproduzindo o que já está na rede, feito por desenhistas anônimos. Com bons advogados, até mesmo a Mulher Maravilha poderá posar gratuitamente para a Playboy.

Não bastasse tudo isso, Marge e companhia ainda fornecerão uma nova desculpa àqueles namorados e maridos que insistem em dizer que compram a revista só para ler as entrevistas: “Ora, querida, eu comprei para ver o desenho animado...†


Brincadeiras à parte, quem não quiser ver Marge nua, mas quer ler sua entrevista (em inglês) pode fazer isso no site da Playboy (www.playboy.com.br). Entre as perguntas, a revista questiona a senhora Simpson sobre as reações da família sobre seu ensaio de três páginas. Ela responde: “Homer disse que estava intrigado porque nunca ouviu falar da revista e que a noção de que mulheres posavam nuas era totalmente estranha para ele. Ele não é um doce por mentir? Quando Lisa ouviu falar disso, afirmou que uma mulher ter controle sobre seu corpo é uma demonstração de poder feminino. Ela não é um doce por mentir? Bart nunca saberá disso, em nenhuma circunstância.â€

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